Feirantes vendem produtos com agrotóxico como orgânicos em SC

Feirantes vendem produtos com agrotóxico como orgânicos em SC

Publicado em 01/02/2016 – por G1/SC – RBS TV
Feirantes flagrados pela RBS TV lucram com a venda de alimentos orgânicos falsos em Florianópolis. A equipe de reportagem gravou imagens de dois deles comprando produtos em Centrais de Abastecimento (Ceasa) e vendendo em feiras e restaurantes por preços maiores que os convencionais por, supostamente, não possuírem agroquímicos (veja vídeo acima).
Um dos feirantes apresenta um discurso de qualidade de vida e se diz até um dos fundadores da agricultura orgânica no Brasil, mas foi visto comprando produtos cultivados com pesticidas e vendendo como orgânicos na feira da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Ele afirma faturar R$ 2 mil a cada feira.
Feirante (de vermelho) foi flagrado comprando
produtos com agrotóxicos e vendendo como
sendo orgânico (Foto: Reprodução/RBS TV)
Certificados
O preço do alimento orgânico é baseado na remuneração do trabalhador, que desempenha uma atividade artesanal. Enquanto isso, na agricultura convencional, o custo está transferido para máquinas e insumos químicos.
Por lei, o produtor de orgânicos precisa ter um certificado comprovando a origem do produto ou um registro no Ministério da Agricultura. A equipe da RBS TV enviou os produtos de um feirante supostamente orgânico de Florianópolis para análise laboratorial e ficou comprovado que os alimentos continham agroquímicos.
Sítio abastece restaurantes
O proprietário de um sítio na capital catarinense tem certificação orgânica e ainda assim adquire produtos em uma Ceasa produzido com insumos. Ele também foi flagrado pela reportagem. Com um caminhão carregado, ele sai para fazer entregas em vários bairros e abastece restaurantes que oferecem refeições orgânicas.
Normas
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o agrotóxico provoca impotência, infertilidade, má formação fetal, aumenta risco de obesidade e ainda provoca câncer. Vanice Schmidt, gerente técnica da Ecocert, empresa responsável por emitir certificações agrícolas, explica que há uma série de normas exigidas do produtor para para usar o selo de certificação orgânica.
“Uma vez comprovada qualquer fraude ou intenção de fraude, a certificadora tem a obrigação de retirar desse produtor o direito de se declarar orgânico e mesmo em outras situações que não sejam de fraude, mas de desrespeito, pode ser a utilização de um produto não conforme no solo, pode ser uma relação trabalhista que não respeite o trabalhador brasileiro, isso também é uma causa pode levar a suspensão de um produtor”, afirmou.
Segundo Vanice, a suspensão é sempre decorrente de um processo de investigação. “Essa medida é tomada quando há um desrespeito a um item da norma. Ele perde o direito de comunicar ao consumidor que o seu produto e orgânico”, explica.
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