Produtores catarinenses buscam apoio do Governo do Estado contra importação de maçã chinesa pelo Brasil

Produtores catarinenses buscam apoio do Governo do Estado contra importação de maçã chinesa pelo Brasil

Publicado em quarta, 03 de fevereiro de 2016, 18:16

O governador Raimundo Colombo recebeu na tarde desta quarta-feira, 3, em Florianópolis, lideranças políticas e produtores rurais que estão preocupados com a possibilidade da China iniciar a exportação de maçã para o Brasil, o que afetaria a cadeia de produção catarinense. Colombo ficou de tratar do assunto com o Ministra da Agricultura, Kátia Abreu, juntamente com outras demandas apresentadas pelo setor. “Essa é uma questão preocupante e vou atuar fortemente para fazer os argumentos catarinenses serem ouvidos”, afirmou o governador.


Fotos: Julio Cavalheiro / Secom

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Uma nova parceria entre Brasil e China prevê a ampliação de produtos comercializados entre os dois países na área da fruticultura. O Brasil passaria a importar melão para os chineses e, em troca, passaria a comprar a maçã chinesa, mais barata diante da produção em escala muito maior. Uma alternativa levantada pelos produtores catarinenses é de o Brasil passar a importar pera no lugar de maçã, já que a pera tem uma menor produção comercial em Santa Catarina.
A China responde por quase metade da produção mundial de maçã e por cerca de 70% da produção mundial de pera. “A produção de maçã na China é 31 vezes maior do que no Brasil. Os chineses produzem muito, só a exportação deles já é maior que a produção brasileira. E como contam com uma série de subsídios do governo chinês para produzir e para exportar, a maçã chinesa chegaria ao mercado brasileiro com um preço menor do que o custo de produção em Santa Catarina. Qualquer volume exportado da fruta chinesa para o Brasil afetaria o equilíbrio do mercado brasileiro”, explicou o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Maçã, Pierre Nicolas Pérès.
Ele explicou, ainda, que outra preocupação é com a proteção sanitária vegetal, principalmente para evitar a reintrodução da doença Cydia pomonella, também conhecida como traça da maçã, nos pomares do país. Há mais de um ano, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) declarou que o Brasil está livre da praga, um feito inédito no mundo. Para manter esse status e garantir a segurança dos pomares, os produtores pedem que o país estabeleça requisitos fitossanitários rígidos para importação de frutas hospedeiras da traça da maçã.

Fraiburgo, com 36 mil habitantes, é um dos municípios catarinenses produtores. “O cultivo da maçã representa 35% da nossa economia. Mas se considerarmos o volume de empregos gerados no comércio pela cadeia produtiva, essa participação sobe para 50%. São empregos que estariam ameaçados com a entrada na maçã chinesa no nosso mercado”, afirmou o prefeito de Fraiburgo, Ivo Biazzolo, presente na reunião. Além de movimentar a economia local, a colheita da fruta, realizada de janeiro a maio, é responsável por atrair cerca de 10 mil turistas por ano. Em Santa Catarina, Fraiburgo é o segundo maior produtor da fruta, atrás apenas de São Joaquim.
Também acompanharam a audiência o secretário de Assuntos Internacionais, Carlos Adauto Virmond Vieira, que vai apresentar a preocupação catarinense no Ministério do Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio Exterior; e o secretário executivo da Agência de Desenvolvimento Regional de Videira, Dorival Carlos Borga.
Produção de maçã em Santa Catarina
Santa Catarina é o maior produtor nacional de maçã. Segundo informações da secretaria de Estado da Agricultura, a maçã catarinense responde por 49% da safra brasileira, com uma produção de 614 mil toneladas em 2015. Cerca de 75% dos produtores brasileiros de maçã estão em Santa Catarina.
O faturamento do setor em 2014 foi de cerca de R$ 2,1 bilhões com a comercialização da fruta in natura no mercado interno, mais US$ 32 milhões em exportações de maçãs frescas e US$ 22 milhões em exportações de suco de maçã. Estima-se que Santa Catarina seja responsável por 50% de todo esse faturamento.

Alexandre Lenzi
Secretaria de Estado de Comunicação – Secom
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