15/01 – Dia de campo sobre Mecanização na Pomicultura Brasileira

15/01 – Dia de campo sobre Mecanização na Pomicultura Brasileira

Mecanização é o caminho para a sustentabilidade da pomicultura brasileira

Esse foi o entendimento dos participantes do Dia
de Campo sobre mecanização na pomicultura realizado no dia 15 de janeiro, no
Pomar da Frutival, em Vacaria (RS). O evento reuniu mais de 80 pessoas, entre
técnicos, produtores, agentes da extensão rural e lideranças do setor. Além das
palestras, os participantes acompanharam a demonstração de plataformas de
colheita e pulverizadores disponíveis para aquisição no Brasil e puderam
esclarecer suas dúvidas sobre os equipamentos.

Já na abertura do evento, o supervisor da Estação
Experimental de Fruticultura de Clima Temperado da Embrapa Uva e Vinho,
Adalécio Kovaleski, abordou a tônica da atividade. “Esse é um momento
importante para a fruticultura. A falta e o elevado custo da mão de obra,
problemas sérios que o setor enfrenta, poderão ser atenuados com a mecanização.
Estamos no começo, mas esse será um grande caminho que teremos que trilhar”,
avaliou Kovaleski. O pesquisador destacou a importante mobilização de
entidades, como a ABPM e a Agapomi, em apoio às ações de pesquisa sobre o tema
realizadas pela Embrapa e instituições parceiras.
A primeira palestra abordou as pesquisas da
Embrapa sobre a  mecanização em pomares. Foram apresentadas as ações que
vem sendo realizadas para avaliar a eficiência de equipamentos utilizados em
pomares, as quais integram o Projeto ApplePlus, que compõe o Arranjo Redepomi,
sob liderança de Gilmar Nachtigall, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho. Segundo
Nachtigall, essas ações, lideradas pelos pesquisadores Fernando Bauer e Alberto
Nagaoka, especialistas na área de Mecanização da UFSC, começaram no ano
passado, com o levantamento das plataformas de colheita já em uso em pomares de
macieira no Brasil. “Durante a safra 2014/2015 serão avaliados diversos
parâmetros destes equipamentos em pleno funcionamento, visando caracterizar
suas eficiências e propor melhorias pontuais, que serão repassadas às empresas
fabricantes”, informou. A longo prazo, as pesquisas têm por objetivo
desenvolver um protótipo de plataforma mais adequada às condições dos pomares
brasileiros, utilizando as expertises dos especialistas das áreas de manejo da
planta e de mecanização, em parceria com o setor e empresas fabricantes. O projeto
prevê a avaliação das melhores opções de máquinas para a colheita e, na
sequência, equipamentos de pulverização e poda.

Organizadores: da esquerda para a direita: Leo
Rufato (UDESC), Marcos Dal Piaz (produtor), Terence Lee Robinson (University of
Cornell), Andrea Rufato (Embrapa),  José Maria Reckziegel (Agapomi) e
Pierre Nicolas Pérès(ABPM) 
 

Apresentar as novidades em mecanização de pomares
nos principais países produtores e mostrar quais serão os ajustes necessários na
pomicultura brasileira foram assuntos abordados na palestra do professor
americano Terence Lee Robinson, da Cornell University. Ele atua como consultor
de diversas empresas e integra a equipe do projeto, devido a sua grande
experiência e enfoque de buscar o aumento da rentabilidade e a sustentabilidade
da produção de frutas.
Muitos foram os exemplos do aumento da
rentabilidade de propriedades antes e depois da mecanização. Um dos exemplos
foi do produtor Marcos Dal Piaz proprietário do Pomar Frutival, no qual foi
realizado o evento. “Depois de nos visitar, Marcos regressou à Vacaria e
construiu essa plataforma simples, sem motorista, e que ele tem usado para a
mecanização de seu pomar. Antes usava 200 horas por hectares para a poda e com
o uso da plataforma simples reduziu para 100 horas por hectare”, relatou.
Segundo Terence, algumas características do
sistema de produção brasileiro precisam ser ajustadas em função da mecanização,
como a condução dos pomares. Para possibilitar o uso de equipamentos para poda
e colheita, o sistema de condução deverá ser alterado, com a adoção, por
exemplo, do Sistema Tall Spindle, que possibilita um aumento de
densidade de produção.
O presidente da ABPM, Pierre Nicolas Pérès, ficou
impressionado com a diversidade de equipamentos já disponíveis no Brasil. “O
evento foi uma excelente iniciativa e possibilitou apresentar novas opções e,
com certeza, em breve teremos novas soluções”. Pérès destacou ainda a
fundamental contribuição do pesquisador Terence, que trouxe sua visão
internacional e a importância do preparo do pomar para receber a plataforma e
reduzir os custos. “Se o produtor não vai para a mecanização vai parar, pois
não tem mais mão de obra”, setenciou.
“Há 4 anos não tínhamos nada e hoje já temos
alternativas para a mecanização no Brasil”, avaliou José Maria Reckziegel,
presidente Agapomi. Ele também acredita que a mecanização é a melhor opção para
melhorar a produtividade da mão de obra, pois possibilitará a contratação de
pessoas mais bem treinadas e consequentemente uma colheita de qualidade
superior e com um rendimento de 30 a 50% maior.
Segundo a pesquisadora Andrea Rufato, uma das
coordenadoras do evento, os objetivos propostos foram atingidos. “Ficamos
bastante satisfeitos e recebemos um número de participantes bem acima do
esperado. Esperamos fazer novas ações para compartilhar os novos resultados das
pesquisas que estamos conduzindo”, concluiu.

O Dia de Campo foi promovido pela Embrapa Uva e
Vinho e Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), com apoio da ABPM,
Agapomi e Cornell University (Estados Unidos).


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