22 ago 21/08/2016 – Neve na Serra Catarinense
Por Cristian Edel Weiss para Diário Catarinense
Adultos se divertem como crianças no espetáculo proporcionado pela neve no Morro da Igreja, em Urubici
A Serra catarinense sabe ser palco de espetáculos. Na tarde deste
domingo, pelo menos por meia-hora e momentos antes de encerrar
oficialmente o acesso ao Parque Nacional São Joaquim, em Urubici, até os mais experientes se despiram da dureza imposta pela maioridade e se lançaram sobre a neve acumulada na vegetação do Morro da Igreja. Quando os flocos caem do céu, adultos e crianças parecem ter a mesma idade.
domingo, pelo menos por meia-hora e momentos antes de encerrar
oficialmente o acesso ao Parque Nacional São Joaquim, em Urubici, até os mais experientes se despiram da dureza imposta pela maioridade e se lançaram sobre a neve acumulada na vegetação do Morro da Igreja. Quando os flocos caem do céu, adultos e crianças parecem ter a mesma idade.
Em menor volume, a neve também foi vista na localidade de Cruzeiro, em São Joaquim, na Serra do Rio do Rastro e no Morro das Antenas, em Urupema, entre 10h e 12h de ontem.
Por
volta das 15h30min, mais de 50 pessoas estavam no topo do Morro da
Igreja, que registrava 1°C. O espaço estava disputado, isso porque,
desde as 8h, ocorrências pontuais de neve tinham sido registradas no
local, principalmente entre 11h e 14h,
intercalando com momentos sem o fenômeno. A paisagem foi tomada pelo
branco dos quase cinco centímetros de neve acumulados sobre a vegetação.
volta das 15h30min, mais de 50 pessoas estavam no topo do Morro da
Igreja, que registrava 1°C. O espaço estava disputado, isso porque,
desde as 8h, ocorrências pontuais de neve tinham sido registradas no
local, principalmente entre 11h e 14h,
intercalando com momentos sem o fenômeno. A paisagem foi tomada pelo
branco dos quase cinco centímetros de neve acumulados sobre a vegetação.
O
tempo aparentemente já seco não frustrava os visitantes. Ocasal Eder e
Maria Angélica veio de Joinville com um grupo de turistas para encontrar
o fenômeno. Mas a paisagem bastava para deixá-los animados:
tempo aparentemente já seco não frustrava os visitantes. Ocasal Eder e
Maria Angélica veio de Joinville com um grupo de turistas para encontrar
o fenômeno. Mas a paisagem bastava para deixá-los animados:
– É fascinante, é um sonho realizado – diz Maria, que jogava para o alto um punhado de neve.
Os irmãos Angelo Donizeti Pessoa, 41 anos, e
Juliano Pessoa,36, trouxeram o pequeno Juliano Jr, de dois anos, como
pretexto para curtir a neve. Apesar de nascidos em Urubici, rolaram
morro abaixo esferas de gelo para dar corpo ao boneco de meio metro de
altura e galhos como braços.
Juliano Pessoa,36, trouxeram o pequeno Juliano Jr, de dois anos, como
pretexto para curtir a neve. Apesar de nascidos em Urubici, rolaram
morro abaixo esferas de gelo para dar corpo ao boneco de meio metro de
altura e galhos como braços.
– Ficamos sabendo
que estava nevando por amigos que trabalham no radar e que nos mandaram
WhatsApp. Viemos correndo, porque não é sempre que neva assim – conta
Donizetti.
que estava nevando por amigos que trabalham no radar e que nos mandaram
WhatsApp. Viemos correndo, porque não é sempre que neva assim – conta
Donizetti.
Os irmãos e seu brinquedo viraram
a atração dos que já iam embora da colina. Aliás, bonequinhos de gelo
enfeitavam os capôs da maioria dos carros que desciam o morro, como se
esnobassem com a mensagem: ¿neve no Morro da Igreja, eu fui.
a atração dos que já iam embora da colina. Aliás, bonequinhos de gelo
enfeitavam os capôs da maioria dos carros que desciam o morro, como se
esnobassem com a mensagem: ¿neve no Morro da Igreja, eu fui.
Quem não fazia bonecos, se jogava nos tapetes
brancos ou atirava bolas de neve. O eletricista de automóveis Danilo de
Souza era um deles. Mesmo morando em Urubici, pulava como menino por
causa do ocorrido neste domingo.
brancos ou atirava bolas de neve. O eletricista de automóveis Danilo de
Souza era um deles. Mesmo morando em Urubici, pulava como menino por
causa do ocorrido neste domingo.
– É uma
coisa que só acontece uma vez por ano. É difícil dever assim –
justifica, enquanto se esquivava das bolas de neve atiradas pelos
amigos.
coisa que só acontece uma vez por ano. É difícil dever assim –
justifica, enquanto se esquivava das bolas de neve atiradas pelos
amigos.
Mas quando a neve já começava a derreter
e formava uma confusão de carros dos que queriam ir embora e dos que
tentavam subir, uma nuvem se aproximou para conceber o ápice da
cerimônia. Entre 16h09min e 16h43min, nevou mais uma vez sobre o pico do
Morro da Igreja. Eram flocos pequenos, mas intensos e capazes de
proporcionar uma profusão de selfies e histeria coletiva, apesar da
sensação de congelar o rosto e os dedos dos pés.
e formava uma confusão de carros dos que queriam ir embora e dos que
tentavam subir, uma nuvem se aproximou para conceber o ápice da
cerimônia. Entre 16h09min e 16h43min, nevou mais uma vez sobre o pico do
Morro da Igreja. Eram flocos pequenos, mas intensos e capazes de
proporcionar uma profusão de selfies e histeria coletiva, apesar da
sensação de congelar o rosto e os dedos dos pés.
Quem achou
que o espetáculo tinha acabado, foi surpreendido na descida do morro
pelo sol, que deu as caras por uma fenda entre as nuvens. Mas este pode
ter sido apenas o penúltimo ato da Serra. O grand finale da
natureza tem chances de ocorrer nesta segunda-feira, ao amanhecer, em
Urupema, se a frente fria se afastar e o tempo estiver mais seco. É o
sincelo, formando cristais de gelo suspensos em árvores e beirais dos
telhados.
que o espetáculo tinha acabado, foi surpreendido na descida do morro
pelo sol, que deu as caras por uma fenda entre as nuvens. Mas este pode
ter sido apenas o penúltimo ato da Serra. O grand finale da
natureza tem chances de ocorrer nesta segunda-feira, ao amanhecer, em
Urupema, se a frente fria se afastar e o tempo estiver mais seco. É o
sincelo, formando cristais de gelo suspensos em árvores e beirais dos
telhados.
Limitação de acesso ao Morro da Igreja revoltou turistas
Por
conta da segurança dos visitantes, a administração do parque fechou os
portões que dão acesso ao topo do morro desde a metade da manhã.
Turistas de Rio do Sul, Joinville, Florianópolis, Balneário Camboriú e
até de outros Estados chegavam ao topo de carro ou nas vans, que são os
únicos veículos coletivos autorizados a subir. Os ônibus de turismo
paravam ainda no acostamento da SC-370 para fazer o traslado dos
turistas para vans.
conta da segurança dos visitantes, a administração do parque fechou os
portões que dão acesso ao topo do morro desde a metade da manhã.
Turistas de Rio do Sul, Joinville, Florianópolis, Balneário Camboriú e
até de outros Estados chegavam ao topo de carro ou nas vans, que são os
únicos veículos coletivos autorizados a subir. Os ônibus de turismo
paravam ainda no acostamento da SC-370 para fazer o traslado dos
turistas para vans.
Como o número de visitantes no topo é controlado, apenas quando alguns
veículos desciam, outros podiam subir. Por conta da propaganda do
fenômeno nas redes sociais, mesmo após as 17h, quando o acesso ao morro é
fechado, havia filas de automóveis tentando subir. Os motoristas
reclamaram do fechamento do acesso e pediam uma exceção para quem veio
de longe só para ver a neve. Normalmente, o limite de visitação diária é
de 200 veículos.
veículos desciam, outros podiam subir. Por conta da propaganda do
fenômeno nas redes sociais, mesmo após as 17h, quando o acesso ao morro é
fechado, havia filas de automóveis tentando subir. Os motoristas
reclamaram do fechamento do acesso e pediam uma exceção para quem veio
de longe só para ver a neve. Normalmente, o limite de visitação diária é
de 200 veículos.
Bom foi para a lanchonete Caminho das Neves, que fica na esquina da
SC-370 com a Estrada de Acesso ao Morro da Igreja. Durante todo o
domingo, os atendentes Odirlei Brito e Cleusi Secatto serviram também de
guias turísticos para orientar quem chegava e não sabia onde encontrar a
neve.
SC-370 com a Estrada de Acesso ao Morro da Igreja. Durante todo o
domingo, os atendentes Odirlei Brito e Cleusi Secatto serviram também de
guias turísticos para orientar quem chegava e não sabia onde encontrar a
neve.
Já passava de 19h quando um casal de Balneário Camboriú
parava no ponto para se informar se ainda poderia chegar ao topo. Com o
movimento, os atendentes faturaram bastante. Até alface para os lanches
acabou antes do previsto e as xícaras de café para aquecer quem descia o
morro foram tantas que eles perderam a conta.
parava no ponto para se informar se ainda poderia chegar ao topo. Com o
movimento, os atendentes faturaram bastante. Até alface para os lanches
acabou antes do previsto e as xícaras de café para aquecer quem descia o
morro foram tantas que eles perderam a conta.
Fotos: Diário Catarinense:
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