24 mar FAESC: a agricultura e a indústria de alimentação não podem parar
A
Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc) fez um apelo para
que o governo, a sociedade, os organismos estatais de fiscalização não criem
nenhum obstáculo ao pleno funcionamento das atividades agrícolas e pecuárias,
dos frigoríficos e da indústria de alimentação.
“Se faltar comida, a
situação que é dramática ficará caótica”, advertiu o presidente José Zeferino
Pedrozo. Ele disse ser incompreensível e insensata a crítica de alguns setores
ao normal funcionamento da cadeia de produção de alimentos.
“Esse momento grave requer
que todos ajam com senso de dever. Nos campos e nas indústrias será imperioso
flexibilizar alguns normativos em face dos gigantescos óbices que surgem e
surgirão. Não é hora de sindicato promover greve ou de órgão estatal
radicalizar em exigências formais. É hora de união e de muita
responsabilidade”, reforça Pedrozo.
Assinalou que os principais
atores da longa cadeia de alimentos – produtor rural e agroindústria – seguem
cumprindo o papel de setor essencial e indispensável, produzindo com qualidade
e abastecendo o mercado. “A população brasileira pode ficar tranquila: não
importa a duração dessa crise, não haverá falta de alimentos”, assegurou.
Pedrozo considera de
importância vital que a agricultura e a agroindústria trabalhem sem percalços e
mantenham a regularidade da produção de alimentos para que a segurança
alimentar do Brasil seja garantida. “A maior preocupação neste momento é
garantir que não falte alimento à população, o que certamente agravaria a
crise”.
Para evitar a interrupção
do processo produtivo e problemas de abastecimento nas cidades, a Confederação
Nacional da Agricultura (CNA), da qual é vice-presidente de finanças, criou um
grupo de monitoramento para avaliar os impactos da crise no Agro. A CNA
estabeleceu uma rede de contato com todos os segmentos produtivos, incluindo o
escritório na China, e cobrou medidas do Governo Federal para incluir o setor
produtivo como atividade essencial durante a pandemia, assim como o setor da
saúde.
No último dia 20, atendendo
solicitação das entidades, o Governo Federal publicou a Medida Provisória 926
que altera a lei de enfrentamento do novo Coronavírus, inserindo procedimento
para aquisição de insumos de emergência e permitindo que as atividades
essenciais não parem. Todas essas atividades foram detalhadas no Decreto
10.282, também de 20 de março, no artigo 3º, inciso XI: “produção,
distribuição, comercialização e entrega realizadas presencialmente ou por meio
de comércio eletrônico de produtos de saúde, higiene, alimentos e bebidas”.
Desta forma, tanto a produção de alimentos quanto sua cadeia de suprimentos
foram contempladas, assegurando o abastecimento, o que não justifica a
necessidade de fazer estoques.
O Decreto 10.282 (artigo
3º, inciso XX) também considera o transporte e a entrega de cargas em geral
como atividade essencial, o que assegura a logística do setor, tanto das
fazendas para os centros de distribuição, quanto das empresas e portos às
propriedades rurais. De acordo com o presidente da Faesc, a busca agora é por
medidas de apoio referentes ao crédito e à tributação aos setores que estão
sendo diretamente afetados.
UNIÃO E RESPONSABILIDADE
“O momento é de união.
Vamos garantir o abastecimento nas cidades brasileiras e nenhuma interrupção no
processo produtivo. O Agro contribuirá na construção de medidas necessárias
para contenção do Coronavírus e a segurança alimentar da população. Vamos
superar isso juntos”, sublinha Pedrozo.
O presidente da Faesc
assegura que, em Santa Catarina, com o apoio dos Sindicatos Rurais e
Cooperativas Agropecuárias, a base produtiva no campo está operando normalmente
para geração das matérias-primas essenciais, como aves, ovos, suínos, leite,
grãos e frutas, com medidas preventivas e protetivas implementadas para evitar
a disseminação da Covid-19.
A produção, distribuição,
comercialização e consumo de insumos agrícolas em território catarinense estão
em situação de normalidade. Não há escassez de nenhum produto, nem descontrole
de preços. Também é tranquilo o abastecimento de produtos como sementes,
fertilizantes, vacinas, corretivos de solo, genética e rações. Nesse estágio, o
setor rural está ocupado com a colheita das lavouras de arroz, soja e milho,
além da maçã. É, portanto, um momento de baixo emprego de insumos. Mesmo assim,
grande parte dos produtores rurais já adquiriu os insumos para a próxima safra.
Em razão dos bons preços internacionais, boa parte dos produtores assinou
contrato de venda futura.
A previsão da safra
brasileira de grãos 2020/2021, divulgada pela Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab), deve bater recorde em 251,9 milhões de toneladas, 4,1%
acima da colheita anterior.
Fonte:https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/agronegocio/255207-faesc-a-agricultura-e-a-industria-de-alimentacao-nao-podem-parar.html#.Xnj2ImBv_cs
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