Menos impostos, mais agronegócio

Menos impostos, mais agronegócio

Publicado em 10/11/2015 por Antonio Alvarenga
Aumentar o valor agregado dos produtos exportados significará o desenvolvimento consistente da agroindústria, gerando mais empregos e riquezas para o país
É inegável e perfeitamente compreensível que a sociedade esteja rejeitando a criação de impostos para solucionar os graves problemas que assolam a economia. O que se espera do governo é austeridade e eficiência. Desejamos drástica redução de despesas, com o encolhimento da gigantesca máquina pública e dos inúmeros programas assistencialistas, que foram sendo criados de forma irresponsável nos últimos anos.
O país parece um paciente em UTI, tratado por uma equipe de médicos incompetentes que não se entendem. Além dos inevitáveis ajustes que se fazem necessários nas contas públicas, a solução dessa crise dependerá do mercado externo, sobretudo do crescimento das exportações, onde o agronegócio tem sido protagonista.
Nosso agro é um sucesso no comércio exterior, superando a marca dos U$ 100 bilhões de vendas de produtos de origem agropecuária. E poderá fazer muito mais, ampliando as exportações. A demanda global por alimentos permanecerá em crescimento durante muito tempo, em decorrência do aumento da população e do inevitável processo de urbanização dos países em desenvolvimento, como a China.
Devemos aproveitar nossas vantagens comparativas. Temos disponibilidade de terras, clima adequado e tecnologia apropriada para continuar avançando na produção de alimentos, fibras, energia e florestas. A incansável ministra da agricultura, Kátia Abreu, tem conquistado importantes progressos na abertura de novos mercados, superando barreiras sanitárias e rompendo entraves comerciais e tarifários de alguns dos mais importantes países importadores de alimentos. É o caso de China, Rússia, Japão e Estados Unidos, que abriram novas perspectivas para exportações de carnes, leite e derivados.
Há muito o agronegócio brasileiro se ressentia de uma política de comércio exterior mais estruturada e consistente, compatível com sua importância no mercado internacional. Temos uma longa trajetória para alcançar um novo patamar, com a incorporação de maior valor agregado aos nossos produtos. Para tanto, precisamos melhorar nosso marketing internacional, demonstrar qualidade e respeito que temos às boas práticas de sustentabilidade.
Aumentar o valor agregado dos produtos exportados significará o desenvolvimento consistente da agroindústria, gerando mais empregos e riquezas para o país. Em alguns casos, já conquistamos excelentes resultados e incontestáveis destaques, como nas carnes de frango. O café é um exemplo típico das oportunidades que podemos explorar.
Precisamos também estimular a expansão dos mecanismos de rastreabilidade e certificação de produtos, com selos de sustentabilidade, indicação geográfica e denominação de origem, para ampliar mercados de produtos mais valorizados no mercado internacional. Há muito o que fazer para ajustar a economia e colocar o país em uma trajetória de crescimento sustentável.
O bom senso econômico sugere prioridade no desenvolvimento da agropecuária, onde temos eficiência e competitividade comprovadas.
Presidente da Sociedade Nacional da Agricultura
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