Pesquisadores testam cultivo de maçã e pera no sertão nordestino

Pesquisadores testam cultivo de maçã e pera no sertão nordestino

Fonte: http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2012/09/pesquisadores-testam-cultivo-de-maca-e-pera-no-sertao-nordestino.html

Essas frutas tradicionalmente se desenvolvem em clima mais frio.

Pomares estão em teste no perímetro irrigado de Tabuleiro de Russas.

Do Globo Rural

Um projeto que envolve diversos órgãos públicos, incluindo a Embrapa e o Sebrae, experimenta fazer debaixo do sol forte do sertão do Ceará o cultivo de frutas que tradicionalmente se desenvolvem em clima mais frio. Pomares de maçã, pera e caqui estão em fase de teste no perímetro irrigado de Tabuleiro de Russas.
Em uma região onde a chuva se esquece de chegar e a paisagem de deserto parece vocação tem sido possível reinventar a chuva suave e silenciosa dos aspersores. A esperança vem do açude Castanhão pelas veias de 82 quilômetros de canais. Banana e melancia ocupam mais espaço no perímetro irrigado de Tabuleiro de Russas. Mas aos poucos frutas inusitadas para o clima do Ceará, como sapoti, pera, maçã, caqui e cacau, conquistam lugar na propriedade.
Em apenas um ano, o pé de sapoti, que não alcança mais de dois metros de altura, tem boa produção. Em menos de dois anos de plantio, as árvores estão carregadas com pera das variedades páquimas e asiática.
“A gente faz um controle rígido da irrigação. A gente coloca a quantidade de agua ideal para essa planta se desenvolver. Aí nós iniciamos o processo de poda. A transição da poda com a diminuição da água é como se a gente estivesse induzindo a planta a produzir como se estivesse com um sistema de frio como no Sul”, explica o agrônomo Diógenes Abrantes.
Por enquanto, as culturas de clima temperado ocupam apenas 1,5 hectare do perímetro irrigado. Dentro de um ano, produtores e pesquisadores saberão se essas culturas merecem maior investimento. Os primeiros resultados favorecem o cultivo.
A maçã desponta aos poucos, mas a colheita irá ocorrer apenas em dezembro. A ideia é oferecer uma safra no momento em que os produtores do Sul e Sudeste só têm frutas congeladas para ofertar. O mesmo valerá para o caqui e para o cacau, que já tem sete variedades plantadas do perímetro.


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