IFSC e Epagri desenvolvem app que ajuda a combater doença que ameaça pomares na Serra

IFSC e Epagri desenvolvem app que ajuda a combater doença que ameaça pomares na Serra

A serra catarinense é a região que mais produz maçãs no Brasil, porém uma doença vem preocupando os fruticultores. O cancro europeu, causado pelo fungo Neonectria galligena, tem aparecido em pomares de toda região sul, incluindo a serra. O fungo é muito agressivo, formando um cancro profundo no tronco e nos ramos, podendo até causar a morte das plantas.

O cancro é uma doença que não tem cura, portanto, para conter os prejuízos causados pelo fungo, é necessário realizar um trabalho de prevenção. Pensando nisso, pesquisadores do Câmpus Lages desenvolveram junto a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) o projeto “Aplicativo de Monitoramento do Cancro Europeu das Pomáceas usando RFID”.

Combate

O primeiro passo para prevenir os estragos causados pelo cancro, é realizar o diagnóstico da doença o mais cedo possível, para evitar que o fungo se espalhe para as demais plantas. Após os diagnósticos, são realizadas as ações de controles. Para os pomares em que a quantidade de plantas infectadas é menor que 1%, a planta diagnosticada com cancro deve ser arrancada e incinerada. Para pomares com mais de 1% de infecção, as partes da planta que possuem o cancro precisam ser cortadas e incineradas, mas após realizar o corte, é necessário monitorar a planta para garantir que a doença não retorne.

A ideia do projeto do IFSC e da Epagri é justamente auxiliar os produtores na tarefa de diagnóstico e monitoramento das plantas com cancro europeu, por meio de um aplicativo móvel. Primeiramente, é necessário dar mais informação para os fruticultores. O aplicativo contém uma série de textos e vídeos sobre a doença, ajudando os produtores a realizarem o tratamento e o diagnóstico do cancro.

Além disso o aplicativo também ajuda no monitoramento das plantas infectadas. Para isso, foram utilizados etiquetas e um leitor de radiofrequência (RFID). Cada árvore suspeita de infecção recebe uma etiqueta, e com o leitor, o usuário pode cadastrar a árvore no aplicativo, registrando a planta com fotos, descrição e dados. Ao passar pela árvore, o sistema apresenta um histórico, auxiliando o usuário a fazer o devido acompanhamento da planta.

O aplicativo já está com a interface e a estrutura pronta e nesse momento, o pesquisador da Epagri Leonardo Araújo e sua equipe estão elaborando a base de dados para ajudar os produtores com informações sobre o cancro europeu. A previsão é que o aplicativo esteja disponível em dezembro deste ano.

Apoio à pesquisa aplicada

O projeto foi contemplado com o Edital Fapesc Nº 08/2016, recebendo recursos para compra de equipamentos e contratação de bolsistas. Para Wilson Castello Branco Neto, professor do IFSC Câmpus Lages e coordenador do projeto, o apoio foi fundamental para a execução do projeto. “Graças a esse apoio, tanto do IFSC quanto da Fapesc, conseguimos comprar os equipamentos como a lupa para registrar as imagens dos cancros e os equipamentos de radiofrequência, além pagar as bolsas do estudantes do Bacharelado de Ciências da Computação do Câmpus Lages que foram de suma importância para realizar a implementação do aplicativo”, disse.

 

O aplicativo desenvolvido pelo Câmpus Lages foi um dos primeiros a receberem o apoio para projetos de pesquisa aplicada pela Fapesc. Para serem considerados um projeto de pesquisa aplicada, é necessário que a proposta atenda uma necessidade de interesse público da sociedade.

É o que explica Luiz Henrique Castelan Carlson, chefe do Departamento de Inovação e Assuntos Internacionais do IFSC. “Os projetos caracterizados como de pesquisa aplicada procurando atender uma demanda que seja de interesse público. Nesse caso, os produtores da serra catarinense possuem um problema com o cancro europeu e o IFSC desenvolve uma pesquisa para buscar uma solução. Portanto diferente de uma pesquisa convencional, que propõe algo a partir de uma hipótese, a pesquisa aplica realiza sua proposta a partir de uma demanda prática da sociedade”, explicou.

Registro

No dia 8 de abril, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) protocolou o certificado de registro de programa de computador, válido por 50 anos, respeitando a cotitularidade acordada de 50% para a Epagri e 50% para o IFSC, garantido para as instituições o controle de exploração da ideia.

Fonte: https://www.ifsc.edu.br/conteudo-aberto/-/asset_publisher/1UWKZAkiOauK/content/id/1603000/ifsc-e-epagri-desenvolvem-app-que-ajuda-a-combater-doen%C3%A7a-que-amea%C3%A7a-pomares-na-serra



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