Perdas agrícolas com chuvas podem chegar a 20% em áreas atingidas

Perdas agrícolas com chuvas podem chegar a 20% em áreas atingidas

23 de outubro de 2015
Estela Benetti

Foto: Diário Catarinense
Apreensão é o sentimento que predomina entre os agricultores catarinenses diante de chuvas, ganizo e outros problemas climáticos no Estado, causados pelo El Niño. Ontem, o Alto Vale do Itajaí registrou intensas chuvas e o Meio-Oeste e a serra enfrentaram granizo. Luiz Hessmann, presidente da Epagri, Empresa de Pesquisa Agrícola e Extensão Rural do Estado, estimou que as perdas de produção podem chegar até a 20% nas áreas afetadas. No Vale, os danos são para as culturas de cebola, em fase de colheita, e arroz irrigado.
Nas outras regiões, maçã e uva sofrem mais. O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Maçãs (ABPM), Pierre Nícolas Pérès, afirma que haverá perda na produção, mas ainda não dá para estimar quanto. Segundo ele, a queda de granizo assusta. Em alguns locais, chega a ter pedras do tamanho de um ovo de galinha. O diretor executivo da ABPM, Moisés Albuquerque observa que os danos no Planalto Serrano preocupam mais porque lá está a maior produção de maçã do país. Só São Joaquim produz 13 mil hectares. De acordo com o presidente da Epagri, os municípios de Alfredo Wagner, Ituporanga, Petrolândia e Imbuia respondem por 60% da produção catarinense de cebola. Da oferta brasileira, 34% é catarinense por isso os danos das chuvas podem impactar nos preços que hoje estão abaixo do custo de produção. Lavouras de arroz estão submersas. Se as águas ficarem altas por 48 horas, haverá perdas, diz Hessmann.
Hora de cobrir pomares
Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã, Pierre Nícolas Pérès, uma alternativa que precisa ser melhor avaliada pelos produtores da fruta e o investimento em cobertura para pomares. Segundo ele, o custo por hectare é o mesmo do plantio, cerca de R$ 40 mil. Mas dura 10 anos ou mais e protege totalmente a produção do granizo. Como os problemas de clima são frequentes em SC, a cobertura pode ser uma alternativa. No caso da produção de uvas, cerca de 40% dos parreirais já são protegidos.


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